sábado, 26 de maio de 2007

Adoção

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Na realidade eu deveria ter postado ontem, porém a falta de tempo combinada com a falta de idéias conspiraram contra.
Ontem, dia 25/05, foi o Dia Nacional da Adoção. Espantado com a data? Eu não, pelo menos não com o tema da "data", mas pela necessidade de ter-se que criar uma data comemorativa para um tema tão sério e necessário como a adoção, para sensibilizar a sociedade.
A adoção me é uma velha conhecida, pois foi através dela que pude ser mãe. Fiquei estéril muito cedo, antes de ter tido filhos, e recorrer a adoção foi uma decisão natural.
A espera pela chegada do bebê não foi tão angustiante assim, pois sabia que na hora certa o bebê certo viria. Na realidade era uma gravidez coletiva: meu marido e eu, meus pais, meus sogros, nossos irmãos, cunhado, sobrinhos, familiares, os amigos. Enfim, todas as pessoas que me eram(são) caras engravidaram junto.
Aproveitei durante o período de "gestação", para ir arrumando o que podia, ou seja, o quartinho do bebê, protetores de berço, sacola de utilidades, uma mudinha de roupa de cada tamanho (só para trazer o bebê para casa),carrinho, etc, e tudo em cores neutras. Acho que vale aqui comentar que nós não escolhemos idade, sexo, cor da pele, não pusemos empecilhos com relação à histórico de doenças dos genitores. Nós não estavamos adquirindo um animal de estimação, nós queriamos um "filho"e mesmo quem tem a capacidade de gerar, não pode escolher as características físicas do filho. Pode saber o sexo(e nem sempre isto é possivel) e, algumas vezes, ocorre erro.
A nossa espera não durou tanto tempo, nós entramos com o processo de adoção no dia 28/10/1999 e a nossa filha chegou no dia 01/08/2000, com apenas 2 meses e 10 dias. E pode ter certeza de uma coisa: é impossivel você receber uma criança nos braços e não se apaixonar por ela imediatamente. É impossivel!!! O amor vem não se sabe da onde, e com uma força que não dá para descrever. Me senti uma verdadeira leoa.
A chegada com ela em casa foi uma verdaeira festa, em questão de minutos toda nossa familia veio conhecê-la. Ela ganhou tantas roupas que fiquei meses sem precisar comprar nada. Tudo o que um bebê precisa, ela ganhou!
Ela recebeu o nome de Ana Clara e sempre foi muito estimulada por nós e com isso desenvolveu-se com extrema rapidez, foi precoce desde a dentição até andar (andou sózinha aos 9 meses). Arteira!!! Falante!!! E muito, muito amorosa.
Não consigo entender quem costuma dizer que não tem coragem de adotar por causa do desconhecimento da herança genética ou que filho adotivo sempre causa problemas. Mas isto é um preconceito bobo, a possibilidade de um filho adotivo trazer problemas é a mesma que a de um filho biológico. Filhos são filhos, não importa a maneira como chegaram, mas acredito, sim, que existem pais que educam e pais que não educam, pais que amam e pais que não amam e este é um diferencial que irá interferir no futuro de toda a familia, não só no da criança.
A Ana Clara sabe da verdade, aliás, a criamos sabendo. Jamais passou por nossa cabeça omitir um fato tão importante, afinal é a história dela, faz parte da vida dela. E se omitissemos a realidade traria consigo a possibilidade dela descobrir por outros meios e faria com que ela sofresse e perdesse a confiança em nós.
O que quero, sobretudo dizer, é que o que fazemos por ela é mínimo comparado a tudo que ela fez por nós. O amor incondicional, a maneira com que ela se entrega... A confiança que tem em nosso amor por ela.
Realmente só posso dizer: Ana Clara, nós te amamos.
Você foi um presente de Deus, para alegrar e iluminar nossa vida, tornando-a mais rica.

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