sexta-feira, 11 de maio de 2007

SOLIDÃO

Nunca tive sorte no amor, meus relacionamentos da mesma forma que começavam, terminavam, e eu, sem sequer saber por que! Durante muito tempo foi assim. Minha mãe (sem corujice, é claro!)sempre dizia que se os homens soubessem como eu era, iriam fazer fila na porta de casa. Mas acho que a minha ansiedade, minha vontade ter alguém ao meu lado, espantava os homens que se aproximavam. Eu me entregava de mais, mergulhava de cabeça e não me dava ao trabalho de medir as consequências. E estas últimas nunca me eram favoráveis. Sofri muito, mas muito mesmo. O fundo do poço já era meu conhecido, conhecia cada pedrinha dele. Por outro lado, o aprendizado foi muito grande, também. Aprendi principalmente a gostar mais de mim do que do outro (contrariei um dos 10 Mandamentos, mas neste caso é totalmente justificavel), a não me anular e, sobretudo, a me respeitar. Acho que pode-se perfeitamente amar alguém, sem deixar-se de ser alguém. É como olhar-se num espelho meio embaçado, conseguir se enxergar inteiramente. Com o amadurecimento passei a priorizar a mim mesma e a deixar de lado o olhar "casamenteiro". Parei de procurar o par ideal, o principe encantado, o "homem da minha vida". Entrei numa fase totalmente egoísta, focando a atenção sómente em mim. Saia para me divertir e não para encontrar um marido em potencial, aliás, já não queria nem casar, estava feliz, vivendo um momento de realização, principalmente profissional. Havia viajado, tinha o meu carro, um bom emprego, vivia em harmonia com meus pais. Para que mais? Pois é! Foi quando conheci meu marido. O encontrei quando deixei de procurar, quando estava tranquila e sem idealizar um relacionamento. Acho que foi assim que pude deixar minha sensibilidade atuar a vontade e reconhecer a pessoa que estava destinada a ser meu companheiro. Nos conhecemos num bar, numa sexta-feira à noite, para ser mais exata, dia 09/01/1998 e nunca mais nos separamos. O nosso amor não foi aquela coisa arrebatada, cega. Foi tranquilo e seguro, crescendo aos poucos e nos tornando essenciais um ao ao outro, também aos poucos, não havia cobranças ou exigencias, um não dava ao outro mais do que podia. E é assim até hoje. Discutimos? Claro, como qualquer casal. Porém, não existem brigas, gritos, desrespeito e ninguém vai dormir de mal. As vezes eu cedo, outras vezes, ele. Não quero aqui dar fórmulas ou receitas para se encontrar um amor. Só estou contando algo que eu vivi (vivo) e que foi bom! O mais importante de tudo é se gostar e se bastar, saber ser feliz sózinho. E, sobretudo, se respeitar.

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