terça-feira, 19 de agosto de 2008

Bullying



Eu não sabia bem o que é bullying, mas acabei descobrindo da pior maneira: com o sofrimento da minha filha na escola.

No decorrer deste ano mandamos vários recados na agenda da escola pelo fato dela vir sendo agredida, com frequência, pelos meninos da mesma turma que ela e recebendo apelidos que a constrangiam. Sempre tentamos contornar, reforçando-a e a orientando para manter-se longe deles, ao mesmo tempo que cobrávamos uma atitude da professora.

Há cerca de 10 dias atrás, a situação agravou-se! Enquanto aguardava para ir embora ao términoda aula, já no pátio da escola, alguns meninos começaram a provocá-la, jogando um ioiô na cabecinha dela, chutando-a nas pernas e chamando-a por apelidos agressivos (porca, era um deles). Chegaram ao ponto de pegar a mochila dela, virarem-na de ponta cabeça, para que as moedinhas que ela tinha caíssem para, então, eles se apoderarem. Pode? Até roubo ela sofreu!!! Tudo em questão de 20 minutos!!!!! Ela aguentou até onde pode, chamou a professora que cuida das crianças na saída e a mesma não deu atenção. Até que não deu mais e ela partiu com tudo prá cima de um dos meninos e começou a bater. Bateu muito! E o que me preocupou , é que ela mesma me disse, quando me contou o que aconteceu, que "não conseguia parar de bater, mamãe, eu não queria mais bater, mas não conseguia parar". Ela perdeu completamente o controle! Ela que é uma criança dócil e amorosa! Não é, nem nunca foi, agressiva!

Eu não consigo conceber que crianças de 8 anos ajam de maneira tão cruel, tão sem limites! A nossa sorte é que a Ana Clara tem absoluta confiança em nós, ela sabe que vamos resolver o problema de qualquer maneira e por essa razão ela nos conta tudo.

No mesmo dia, logo que cheguei em casa, tentei agendar um horário com a coordenadora educacional para conversarmos e obtermos uma solução, mas é claro que ela não estava e não retornou a minha ligação. Mandei, então, um recado na agenda solicitando uma reunião com urgência.

No dia e no horário marcado, eu e meu marido, comparecemos à escola para dita reunião. Falamos tudo, mas tudo mesmo, o que estava entalado na garganta por conta do sofrimento inflingido à nossa filha. Assim como os pais têm que prestar atenção e levar em consideração os sinais que os filhos apresentam ou aquilo que eles contam, a escola precisa considerar as reclamações dos pais, e fazer a sua parte! Cobramos, sim e exigimos, sim, fizemos o nosso papel de pais. E se mais pais fizessem o mesmo, as escolas seriam obrigadas a cuidar com mais atenção da disciplina.

O bullying corre solto nas escolas, e não ocorre só dos mais velhos para os mais novos, ou dos mais fortes para os mais fracos, ocorre entre os iguais!!! E isto é muito apavorante! Pode ter certeza que se antes já eramos cuidadosos, agora seremos 3 vezes mais. Para nós é de extrema importância que nossa filha cresça emocionalmente saudável, com sua auto-estima preservada, íntegra e segura de sua capacidade. E com a certeza de nosso amor por ela.

7 comentários:

Bem Resolvida disse...

Quando eu tinha 8 anos minha mãe me colocou em um curso de inglês. Os meninos da turma fizeram a mesma coisa comigo, me arrumaram apelidos eficavam tirando sarro comigo. Então me retraí, passei a não participar das aulas, ficava em um canto calada. A professora achou que eu era uma menina problema e chamou minha mãe pra conversar. Tudo se voltou contra mim, minha mãe brigava comigo por ter que ir até o curso por causa de reclamações e antes de desistir de vez do curso ela chegou a presenciar um dos garotos me dando um chute na ****. Isso mesmo, ele me deu um chute lá, e embora eu não tenha bolas, doeu demais. Nunca vou esquecer isso, e foi na frente da minha mãe que não fez absolutamente nada!!!!
Eu já dei xilique em um parquinho porque uma menina empurrou a minha filha. Fui até a mãe dela e soltei o verbo e na escolinha, uma vez peguei uma menina dando lingua pra minha filha enquanto ela sorria pra garota. Fui até ela e passei um sermão. Ninguém mexe com a minha filha pq eu viro bicho!!
Eu compreendo o que sua filha passou porque já passei exatamente pela mesma coisa e, como sempre, não tive apoio algum.
espero que a situação melhore pra sua princesa!!!
Bjs!

Anônimo disse...

Amiga, nunca havia escutado falar um booling...mas sei q a violência tb está presente nas escolas...algumas crianças se acham donas do mundo, não sei o q está acontecendo, o respeito com o ser humano parece q terminou, muitas trazem o comportamento de casa, famílias q não conseguem manter o equilíbrio, como vão passar para os filhos determinados valores?
A Ana Clara está numa família privilegiada, onde o amor e a segurança prevalecem, onde pode encontrar o apoio prá qualquer necessidade, onde a confiança se faz presente nas atitudes...nada é por acaso...por isso ela está com vcs.
vc está no caminho certo e tomando as atitudes corretas, vai dar tudo certo, vc vai ver.
um grande beijo e uma noite com muita paz prá vcs.

Olirum disse...

Que história triste, eu sofri muito quando era criança na escola, os garotos sempre queriam me bater, mas eu nunca tive vontade de sair batendo neles, acho que eu tinha muito medo deles!
Ótimo que vc nos compartilhe essa história, para que possamos ser mais atentos de como nossos filhos estão se comportando e a que tipo de coisas ele está sofrendo na escola.

Parabéns.

Flávio Dantas disse...

nossa..booling..tb nao sabia o q era... ;O

tagarelando disse...

Olá, eu novamente aqui!
Sou estudande de Psicologia e esse assunto é bastante ATUAL e MUITO PREOCUPANTE. Antes de falar a respeito tenho que te dizer uma coisa; PARABÉNS, VOCÊ É UMA ÓTIMA MÃE. E sua filha realmente tem FAMÍLIA. É raro hoje em dia a família fazer o que você fez por ela, e ter essa relação de ´´contar tudo´´.

A ABRAPIA, contando com o patrocínio da PETROBRAS, realiza um Programa que visa diagnosticar e implementar ações efetivas para a redução do comportamento agressivo entre estudantes. É seu objetivo sensibilizar educadores, famílias e sociedade para a existência do problema e suas conseqüências, buscando despertá-los para o reconhecimento do direito de toda criança e adolescente a freqüentar uma escola segura e solidária, capaz de gerar cidadãos conscientes do respeito à pessoa humana e às suas diferenças.

* O que é Bullying?

O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.

Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de BULLYING possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas ações que podem estar presentes:

Colocar apelidos
Ofender
Zoar
Gozar
Encarnar
Sacanear
Humilhar
Fazer sofrer
Discriminar
Excluir
Isolar
Ignorar
Intimidar
Perseguir
Assediar
Aterrorizar
Amedrontar
Tiranizar
Dominar
Agredir
Bater
Chutar
Empurrar
Ferir
Roubar
Quebrar pertences
etc....

E onde o Bullying ocorre?

O BULLYING é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de BULLYING entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo não estão preparadas para atender a DEMANDA SOCIAL DE HOJE.

De que maneira os alunos se envolvem com o Bullying?

Seja qual for a atuação de cada aluno, algumas características podem ser destacadas, como relacionadas aos papeis que venham a representar:

- alvos de Bullying - são os alunos que só sofrem BULLYING;
- alvos/autores de Bullying - são os alunos que ora sofrem, ora praticam BULLYING;
- autores de Bullying - são os alunos que só praticam BULLYING;
- testemunhas de Bullying - são os alunos que não sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre.

§ Os autores são, comumente, indivíduos que têm pouca empatia. Freqüentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o BULLYING têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.

§ Os alvos são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que estrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.

§ As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vêem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.

E o Bullying envolve muita gente?

A pesquisa mais extensa sobre BULLYING, realizada na Grã Bretanha, registra que 37% dos alunos do primeiro grau e 10% do segundo grau admitem ter sofrido BULLYING, pelo menos, uma vez por semana.

O levantamento realizado pela ABRAPIA, em 2002, envolvendo 5875 estudantes de 5a a 8a séries, de onze escolas localizadas no município do Rio de Janeiro, revelou que 40,5% desses alunos admitiram ter estado diretamente envolvidos em atos de Bullying, naquele ano, sendo 16,9% alvos, 10,9% alvos/autores e 12,7% autores de Bullying.

Os meninos, com uma freqüência muito maior, estão mais envolvidos com o Bullying, tanto como autores quanto como alvos. Já entre as meninas, embora com menor freqüência, o BULLYING também ocorre e se caracteriza, principalmente, como prática de exclusão ou difamação.

Quais são as conseqüências do Bullying sobre o ambiente escolar?

Quando não há intervenções efetivas contra o BULLYING, o ambiente escolar torna-se totalmente contaminado. Todas as crianças, sem exceção, são afetadas negativamente, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos, que testemunham as situações de BULLYING, quando percebem que o comportamento agressivo não trás nenhuma conseqüência a quem o pratica, poderão achar por bem adotá-lo.

Alguns dos casos citados na imprensa, como o ocorrido na cidade de Taiúva, interior de São Paulo, no início de 2003, nos quais um ou mais alunos entraram armados na escola, atirando contra quem estivesse a sua frente, retratavam reações de crianças vítimas de BULLYING. Merecem destaque algumas reflexões sobre isso:

- depois de muito sofrerem, esses alunos utilizaram a arma como instrumento de "superação” do poder que os subjugava.
- seus alvos, em praticamente todos os casos, não eram os alunos que os agrediam ou intimidavam. Quando resolveram reagir, o fizeram contra todos da escola, pois todos teriam se omitido e ignorado seus sentimentos e sofrimento.

As medidas adotadas pela escola para o controle do BULLYING, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de uma cultura de não violência na sociedade.

Quais são as conseqüências possíveis para os alvos?

As crianças que sofrem BULLYING, dependendo de suas características individuais e de suas relações com os meios em que vivem, em especial as famílias, poderão não superar, parcial ou totalmente, os traumas sofridos na escola. Poderão crescer com sentimentos negativos, especialmente com baixa auto-estima, tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento. Poderão assumir, também, um comportamento agressivo. Mais tarde poderão vir a sofrer ou a praticar o BULLYING no trabalho (Workplace BULLYING). Em casos extremos, alguns deles poderão tentar ou a cometer suicídio.

E para os autores?

Aqueles que praticam Bullying contra seus colega poderão levar para a vida adulta o mesmo comportamento anti-social, adotando atitudes agressivas no seio familiar (violência doméstica) ou no ambiente de trabalho.
Estudos realizados em diversos países já sinalizam para a possibilidade de que autores de Bullying na época da escola venham a se envolver, mais tarde, em atos de delinqüência ou criminosos.


E quanto às testemunhas?

As testemunhas também se vêem afetadas por esse ambiente de tensão, tornando-se inseguras e temerosas de que possam vir a se tornar as próximas vítimas.


Querida, OLHO BEM ABERTO E CONTINUE APOIANDO SUA FILHOTA.




beijocas no coração de todos.
E muita sorte.
Se a escola não fizer nada, tire-a no ano seguinte. É o melhor que você tem a fazer.

Anônimo disse...

Muito legal da sua parte colocar aqui pra compartilhar e chamar a atenção de outros pais para isso.Não sou mãe não,mas isso vale pra todo mundo. Quem não conhece criança em idade escolar.Quando começam a mudar de comportamento, a se retrair, muitos pais não ligam uma coisa a outra e pode ser isso e,às vezes pode ser.
bjs

liza disse...

olá. Sou as.social, brasileira e estou vivendo na Europa no momento.Eu tambem so vim a saber "na pele",sobre bulling agora, e de uma maneira dificil.Antes, so tinha ouvido falar na tv, qdo de alguma reportagem nos EUA...parecia tao distante de nós.. Estamos na Europa e minha sobrinha de 6 anos tem sofrido esse tipo de violencia, por causa da cor de sua pele que é morena bem fechada (ela não é negra, mas tem cabelo enrolado). Graças a Deus ela não chegou a ser violentamente atacada na forma fisica(apesar de que sofreu empurrões e puxões de cabelo por um menino tambem de 6 anos), mas como minha irma é uma mae zelosa, foi preciso buscar ajuda nas autoridades locais. Esta tudo muito recente e ainda não sabemos o desenrolar da história. Porem agradeço por voce ter postado isso porque ajuda-nos a todos os que somos pais, tios e familiares das crianças envolvidas.