Mudando e rosnando

Você já sentiu vontade de rosnar? É, aquele grrrr que os cachorros soltam de vez em quando, ao cuidar de alguma coisa ou quando está ficando irritado! Pois eu ando quase rosnando, tamanha a minha irritação.

Eu trabalho num dos maiores hospitais daqui de Curitiba (senão o maior), num ambulatório cujo projeto foi idealizado por mim, por causa de algumas necessidades que surgiram. Pois bem, começou pequenininho, num local improvisado e foi tomando corpo, crescendo ao ponto de não comportarmos mais a demanda dentro da estrutura física em que estávamos. Corri atrás, batalhei muito (junto com os meus fiéis escudeiros Edi, Rô, Mari e D.Rosa Mãos de Fada) e acabei conseguindo um andar inteiro, num dos prédios mais novos do hospital. E consegui também o mobiliário!!!! É sim, um grande laboratório de medicamentos vai patrocinar todo o mobiliário necessário para atendermos com mais conforto os nossos pacientes. Mas veja bem, nada caiu do céu, foi por causa da nossa coragem (minha e da minha equipe), em começar a atuar numa estrutura precária e, também, pela qualidade do nosso atendimento. Crédo, como enchi lingüiça!!!

Então, na semana passada desencadeei todo o processo da mudança: corri atrás de ramal telefônico (não tinha mais nenhum disponível, peguei no pé do povo para providenciarem), de terminal de computador, de liberação do elevador até o meu andar (só estava programado para ir até o quarto andar) e não agendamos nenhum paciente para a sexta-feira só para começar a levar as coisas mais leves para lá (só que vale contar aqui que estávamos indo do terceiro andar de um prédio para o quinto andar de outro). Em resumo: trabalhamos feito uns condenados. No sábado, às 08:00h já estávamos lá de novo, para junto com o pessoal da hotelaria, levar o mobiliário mais pesado. À noite, meu corpinho parecia que tinha sido colocado no triturador!!!!!!!

O pior de tudo não foi carregar as coisas, foi colocá-las nos devidos lugares. Me explique, porque a gente só tem noção do que realmente tem quando faz mudança? Parecia que tínhamos tão pouquinhas coisas e no fim era um montão!

Arrumamos tudinho e ficamos prontos para iniciar vida nova na segunda-feira!! Pois bem, iniciou também o festival de inveja! Gente que nunca tínhamos visto no antigo ambulatório começou a aparecer no novo, sem pedir licença e sem sequer apresentar-se, "só para ver o que é aqui, sabe?" ou "nossa, que sossegado, quero trabalhar aqui!", como se o volume de trabalho fosse medido pelo barulho ou agitação do ambiente. Assim!!! Um verdadeiro horror! Mandei todo mundo embora!!!! Ô falta de educação! O mais engraçado, é que na hora de fazer força não apareceu ninguém para ajudar.

Hoje cheguei pra trabalhar e já amarrei a cara assim que entrei! Acredita que já tinha uma esparramada numa das cadeiras? É, ao invés de ir para o setor dela trabalhar, já foi direto para nosso , para nos "acompanhar num cafézinho, para começar bem o dia, tá bom, Lekka? Tem leite?". Grrrrrr

Com certeza esse furor vai passar, tudo vai entrar na rotina, deixando de ser novidade (uma novidade meio velha, mas tudo bem!). Mas, Meu Deus, dai-me paciência, pois se me deres força, soco todo mundo e serei exonerada por justa causa!!!! O melhor é eu rosnar! Grrrrrrr